Vestígios de um movimento


 
 
In this photo essay, Bill Wadman pictures the beauty of a body in motion. The pictures register the density of a gesture, capturing the body expressiveness through long exposure photos.

  
  

Neste ensaio fotográfico, Bill Wadman retrata a beleza do movimento de um corpo volátil. A densidade de um gesto é retratada captando a expressividade corporal através de fotos de longa exposição. As fotos mostram o potencial do dançarino que se cria através das reverberações de seu corpo através do tempo. A multiplicação e a deformação da imagem de um só corpo se integram em formas orgânicas do efêmero. As imagens apresentam a possibilidade de liberdade de uma corporeidade fixa. O corpo deixa de existir enquanto forma, limite físico e passa a ser registrado em seu devir.

As imagens foram compiladas em um livro.


Via @VisualNews

Cluster – corpo coletivo

 

The video ‘Cluster’ explores the contrast between the collective and the individual through an amorph mass composed of bodies that liquefy among kinetic forces.

Cluster, é um projeto do artista austríaco Kurt Hentschlager. Na animação, o artista explora o contraste entre o coletivo e o indivíduo através de imagens de corpos em movimento. O vídeo apresenta uma massa em constante mutação que revela por breves momentos sua constituição. Os corpos se liquefazem em meio a forças cinéticas. O indivíduo se perde na multidão, se delineando apenas por fragmentos de seu corpo.

Segundo o autor:
“Na leve coreografia de ‘CLUSTER’, figuras humanas aparecem principalmente como partículas anônimas. Uma pulsação, uma massa amorfa, uma nuvem de matéria borrada de partes do corpo e luz. Por sua natureza generativa, nunca plenamente previsível, ‘CLUSTER’ descreve um meta-organismo com caráter anti-individualista.”

Uma versão melhor do vídeo pode ser vista aqui!

Parangolés de Luz? – Second Skin


 

Second Skin is a wearable of light that was used in the choreographs in the event 100 dancers from Live Art Intallations project.

 

Second Skin são mantas de luz que reagem ao movimento desenvolvidas por Delphine PiaultColine Fontaine, Marlene Fischer, Zeynep Sen, Nina Wester, do coletivo Diffus. O protótipo foi exposto durante o evento 100 dancers, um forum internacional que reuniu dançarinos, coreógrafos, músicos e artistas em Copenhagen, Dinamarca em Agosto de 2011. O evento faz parte do projeto Live Art Installations que forma equipes transdisciplinares para realização de instalações e espetáculos na fronteira entre dança e tecnologia.


 
O trabalho me lembrou muito os famosos Parangolés de Hélio Oiticica, seria como uma versão hightech do parangolé, que inclui luzes, e retira o samba abrindo lugar para improvisação completa do corpo (embora isso também fosse permitido em HO).
 

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Escultura dinâmica – Unnamed Soundsculpture

  

Unnamed Soundsculpture is a video-dance-sound-sculpture created by Daniel Franke & Cedric Kiefer. They captured a dancer by three different angles to create a dinamic virtual sculpture that is constantly recreating itself from different moments of the body movement. 


 
O projeto ‘Unnamed Soundsculpture’ de Daniel Franke & Cedric Kiefer cria uma escultura dinâmica a partir da relação entre o movimento e o som. Uma escultura comprometida com o processo de reconstrução permanente através da constante atualização de diferentes ângulos de um corpo dançante. As partículas se fixam e escorrem a partir deste corpo inconstante, que subitamente se desintegra e se reconstrói a partir de um outro estado do movimento.

Solicitaram a uma dançarina para uma forma de visualização da música através de seu corpo, ou uma dança que estivesse intimamente relacionada a sonoridade da música. Esta performance foi capturada por três kinects simultaneamente e depois composta em através de computação gráfica para uma visão completa do corpo, visto que um kinect só permitiria a visão espacial de um único ponto de vista. O vídeo making off pode ser visto a seguir.

Este trabalho dialoga de certa forma com um trabalho anterior de Daniel Franke com Andreas Fischer. O videclipe da musica We are the World(Not in Death) em que após dançar por alguns minutos a imagem do dançarino começa a se deformar gradualmente, passando de um leve “motion blur” (efeito ótico para movimentos muito rápidos em que não conseguimos ver o objeto nitidamente) até uma desconfiguração espacial completa de seu corpo em movimento.

Dr. Popeye – brincando com luz

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Minoru Fujimoto’s Lightning Choreographer research continues in this performance with Dr. Popeye crew. A perfect synchrony between body and light.

O trabalho do japonês Minoru Fujimoto se destaca pela originalidade do uso da luz aliado a coreografia. Seu trabalho Lightning Choreographer já havia sido postado aqui no blog, no ano passado.

Desde então, sua companhia Dr. Popeye vem trabalhando neste último espetáculo sensacional que trabalha os movimentos bruscos e curvos do Street Dance em questões de espaço e tempo. Para o espetáculo foram desenvolvidos um tipo de Wearables, roupas que contém luz que são controladas de forma a sincronizar com a coreografia. Assim, os dançarinos brincam com noções de tempo, espaço e o próprio corpo a partir do uso da luz.

O trabalho sensacional já foi incorporado em um comercial de celular. É legal de ver pois as imagens estão numa qualidade ótima que dá pra se atentar bem mais aos detalhes.

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Seventh Sense

Seventh Sense is a ongoing project that develops interactive scenography exploring boundary between dance and technology. 

 
 
 
 
 
 

Seventh Sense é um projeto que explora a interseção entre dança e tecnologia. Os cenários virtuais se transformam de acordo com o deslocamento dos dançarinos no palco. Aparentemente este é um trabalho em andamento, que vai estreiar em novembro de 2012, mas os grupos chineses 安娜琪舞蹈劇場 Anarchy Dance Theatre e 叁式 UltraCombos já tem bastante documentação destes “testes”

http://vimeo.com/32578517

http://vimeo.com/32579952

Não há muita informação em sites ou mesmo nos canais no vimeo, o Triangulation Blog diz que o projeto foi desenvolvido com OpenFrameworks.

Formas: o desempenho espacial do atleta

Forms is a video installation that visually interprets the movement of athletes, considering the invisible forces that act on the space around the body. More info at: memo.tv / forms

 

Forms é um projeto que estuda formas de representação do movimento humano, evitando uma demonstração fiel da trajetória dos membros do corpo. Uma interpretação entre relações de equilíbrio, graça, conflito e poder procurando evidenciar as forças invisíveis que atuam no espaço. Para isso se inspiram em movimentos de atletas que exploram o limite de seu corpo na busca pelo alto desempenho.
O trabalho é resultado da colaboração entre Memo Akten e Quayola.
O vídeo apresenta o processo de desenvolvimento, podemos ver cada uma das formas de representação separadamente, bem como o vídeo original em câmera lenta e a animação resultado da composição da interpretação do movimento. Para compreensão do movimento os artistas utilizaram diferentes comportamentos de partículas e linhas que se integram na leitura espacial do corpo em si, e também no prolongamento de suas ações. O vídeo foi encomendado para a exposição “In The Blink of an Eye” que abriga, entre outros, fotografias de Muybridge, uma das inspirações da obra. A exposição faz parte da agenda cultural em apoio aos jogos Olímpicos de Londres.

O trabalho é tão complexo que necessita ser visto várias vezes para atentar as diferentes camadas do movimento. Abaixo pode ser visto o resultado da composição em mais detalhes, o resultado de esculturas virtuais tridimensionais criadas a partir desta interpretação.

João Penoni – um corpo de luz

João Penoni is a brazilian artist that uses his acrobatic skills to visually explore space while revealing his body movement with light. This theme is explored in photography, video and performance.

 

João Penoni, é brasileiro com base na formação complementar entre design e arte, acrescentando aí sua prática em acrobacia aérea. Como resultado destas três áreas seus trabalhos tratam de uma exploração corporal do espaço, que se revela graficamente através do uso de luz.

Suas obras Insone e Volt exploravam fotografia e vídeo para animar os light-painting realizados pelo próprio artista sobre seu corpo.

Já em Lumen e Latente o artista continuar a utilizar a luz para evidenciar a anatomia de seu corpo e seu movimento. Apesar de saírem do nicho do vídeo, a intenção de se explorar visualmente o corpo e o espaço que percorre e o circula prevalecem em suas performances.

Suas obras me lembraram a série de fotografias de Brice Bischoff que apresentam massas de luz, como indício de um corpo efêmero.

Para quem se interessa por essa abordagem do corpo com luz, tem um post antigo aqui do blog com dançarinos que acoplam leds no corpo, como na performance Lumen.

Obrigada pela dica sobre o trabalho do João, Amador Perez!

Ghostcatching – explorando o desenho

Ghostcatching is a video that fuses dance, drawing, and computer composition.

“So, we may ask: What is human movement in the absence of the body? Can the drawn line carry the rhythm, weight, and intent of physical movement?”

Bill T. Jones – the dancer

O vídeo Ghostcatching veio a partir de uma inquietação de Paul Kaiser ao observar crianças desenhando. O artista, que integra o OpenEndedGroup percebeu que tinha mais fascínio pelo ato de desenhar das crianças do que pelo desenho em si. A partir deste momento começou a explorar este momento da formação do desenho.

Após passar por um estágio de explorar este desenho através do tempo (animação), começaram a se instigar na formação deste desenho pelo espaço. A partir daí, o projeto começou a se aproximar do universo da dança, buscando referências em experimentos e conceitos do artista teatral Robert Wilson e do dançarino e coreógrafo Merce Cunningham.

O grupo então, se uniu ao dançarino Bill T. Jones para desenvolver GhostCatching em 1999. O projeto utilizou a captura de movimento para explorar este desenho do corpo. O interessante é que ao discutir o projeto com o dançarino e coreógrafo William Forsythe, Paul Kaiser mais uma vez se surpreendeu com a descrição do movimento e da coreografia através da transformação de uma geometria invisível. Para execução do projeto, o grupo convidou o dançarino Bill T. Jones para performar. O dançarino duvidou que somente os sensores utilizados(bolinhas brancas) fossem conseguir captar toda a complexidade do movimento, o corpo então também foi representado em desenho. A dança foi trabalhada com computação gráfica enfatizando certos movimentos de determinadas partes do corpo, gerando o esperado desenho do movimento. Além disso, o corpo do dançarino foi multiplicado, no palco virtual. O resultado pode ser visto a seguir. Para quem tiver mais interesse, todo o processo está descrito de uma forma muito interessante em um texto que está disponível no site do grupo.

Em 2010, o grupo revisitou o projeto, atualizando a imagem tridimensional com maiores detalhes e texturas.

(des)construção corporal de Lucy McRae

  Lucy McRae is essential when dealing with art that uses the body as a support. The ballerina and architect abuses her formation to (un)build body silhouettes. We selected some works that justify why the artist calls herself an “body architect”

Also showing some works from her partnership with Bart Hess.

Há tempos venho pensando em fazer um post sobre o trabalho de Lucy McRae. Lucy é artista australiana que abusa de sua formação em balé e arquitetura para (des)construir a silhueta humana a partir de diversos materiais. Sua obra mais do que renomada é exemplo recorrente quando o assunto é arte e corpo. Por isso, apesar das obras citadas neste post não serem necessariamente recentes, é mais do que digno relembrarmos suas criações. O conjunto da obra traz imagens e vídeos deslumbrantes de esculturas feitas sobre o corpo.

A beleza de seus trabalhos está na combinação das formas fluidas e orgânicas do corpo, seu movimento, sua respiração; com uma textura criada a partir de elementos frios, estáticos, que se acoplam a superfície corporal. É a partir desta fusão que Lucy McRae se considera ‘Arquiteta do Corpo’.

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A sua parceria com Bart Hess evidencia ainda mais a sua relação com a tecnologia, visto que o artista holandês também transita muito na área de animação e vídeo.